quarta-feira, 25 de setembro de 2013

onde o Brasil é frio

Foram 2 os Mestres-personagens representando o Rio Grande do Sul: Pedro Ortaça e Giba Giba. Além da forte expectativa, levamos na mala um ingrediente inédito - casacos. Que se somaram às luvas, gorros, meias de lã que fomos adquirindo pelo caminho, ao longo das estradas, para suportarmos o inverno gaúcho. Nenhum de nós da equipe conhecíamos a 1a região a ser filmada no Rio Grande, as Missões (os 7 povos das Missões). Logo, cruzamos uma paisagem absolutamente nova dentro da proposta da série - campos naturais, pampas e grandes extensões com predomínio da monocultura da soja, da canola, do trigo, tudo para exportação.

Todo o frio sentido pela estrada se transformou em calor - a chegada na casa da família Ortaça representou um alento: conhecemos os filhos, a produtora/esposa, os amigos e a fartura da mesa gaúcha, muita carne, vinho, sagu, batata doce. Essa confraternização, essa proximidade gradativa e intensa, foi essencial para definir um conceito que norteia o documentário "o som e a cor da minha terra", sobre Pedro Ortaça e sua música  - uma narrativa que fala de dentro do núcleo familiar e que valoriza a tradição missioneira, suas paisagens, seus gostos, cheiros, relações.

Já em Porto Alegre se iniciou o que consideramos uma releitura sobre a música do Rio Grande do Sul e até mesmo sobre seu povo e sua paisagem. Conhecer, filmar e viajar até Pelotas com Giba Giba e seu sopapo - ou o sopapo e Giba Giba - uma tradução de um encontro orgânico entre o percussionista e seu tambor. Ali se deu um "encontro de almas". Filho de Ogum, sagitariano, expansivo, carinhoso, apaixonado. Giba Giba é fantástico. E ficou o receio de não conseguirmos expressar, nesses 26 minutos, um fragmento dessa puta alma de artista.

Já deixou saudades.



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